Para dar conta de atender às demandas crescentes dos consumidores, tanto na quantidade de energia quanto na qualidade dos serviços oferecidos, as empresas de serviços públicos precisarão apostar intensamente na transformação digital. Nesse cenário, as novas tecnologias irão desempenhar um papel fundamental para a inovação nas utilities, que são as empresas responsáveis por serviços essenciais, como o fornecimento de água, gás e energia elétrica.
No caso do setor elétrico, as empresas geradoras, transmissoras e distribuidoras de energia elétrica serão muito demandadas nos próximos anos, para se enquadrarem nos requisitos de cidades inteligentes (smart cities), atenderem os desafios da sustentabilidade e aumentarem a eficiência energética. Apesar das dificuldades para implementar mudanças tão intensas com a velocidade necessária, o segmento já começa a se preparar para a transformação, já que a eletricidade é um insumo básico para a inovação em todos os outros setores.
Neste artigo, apresentamos três tecnologias que estão trazendo a inovação para o setor de utilities.
Smart grids
As redes elétricas inteligentes, ou smart grids, estão criando um novo padrão de serviços nos setor elétrico. Isso porque elas trazem uma série de benefícios tanto para os consumidores quanto para as empresas concessionárias. Entre eles, se destacam a maior facilidade para identificar quedas no fornecimento, a possibilidade de atuação remota, o mapeamento do consumo de clientes e a melhor integração com fontes de energia renovável.
Os smart grids contam com medidores inteligentes em vários pontos das redes de transmissão e distribuição de energia. Esse sistema permite o monitoramento e o transporte de dados em tempo real, agilizando a detecção de falhas e o acionamento de mecanismos que previnem a interrupção do serviço.
Geração distribuída
Diante dos desafios crescentes do setor elétrico, vem aumentando a tendência de produzir energia em localidades próximas às unidades consumidoras. Nessa nova configuração, micro e minigeradores abastecem residências e comércios localizados nas proximidades dos centros de carga com injeções de carga de até 5 MW de potência. É a geração distribuída, que no Brasil já vem sendo usada também para a compensação do consumo de energia elétrica. Nesses casos, é aplicado o conceito de net metering, ou seja, o próprio consumidor produz energia (por exemplo, por meio de placas solares instaladas no domicílio) e desconta o próprio consumo do total gerado. Quando há saldo positivo, os créditos correspondentes são transferidos para a fatura do cliente, para utilização futura.
A adoção do sistema de geração distribuída traz diversos benefícios para os consumidores e as empresas do setor elétrico. Entre as vantagens, estão a diversificação da matriz energética, o melhor aproveitamento dos recursos e o aumento da eficiência energética.
Inteligência artificial
Por fim, quase se trata de inovação é impossível não considerar as inúmeras aplicações da inteligência artificial. No caso do setor elétrico, essa tecnologia vai trazer uma série de novas possibilidades, como o acompanhamento do consumo em tempo real pelos clientes e a oferta de produtos alinhados ao perfil do consumidor. Além disso, recursos de análise preditiva permitirão prever a ocorrência de falhas, facilitando a realização da manutenção preditiva. Do ponto de vista da experiência do cliente, será possível personalizar ainda mais o atendimento, com o reconhecimento dos canais de comunicação preferenciais para cada consumidor e a preservação do histórico de conversas, por exemplo.
A inteligência artificial também será uma ferramenta essencial para o desenvolvimento de soluções com base em análise de dados.
Em resumo
As empresas de energia elétrica, que prestam serviços essenciais para as indústrias, o comércio e a população, têm pela frente uma série de desafios ligados à inovação nas utilities. Nos próximos anos, elas precisarão se transformar para se manter à frente em um mercado mais dinâmico, flexível e competitivo.
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